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Há alguma coisa especificamente algarvia na literatura fantástica feita por algarvios, naturais ou radicados? O primeiro passo para a resposta é saber que literatura é essa e onde está.
Título: O Cais das Merendas
Autor: Lídia Jorge
Editor: Publicações Europa-América (primeira edição) | Dom Quixote (edição mais recente, em ebook)
Nº. páginas: 250 (primeira edição)
Ano: 1982 (primeira edição) | 2012 (edição mais recente)
Sinopse:
Publicado em 1982, O Cais das Merendas, segundo romance de Lídia Jorge, desenvolve-se em torno dos temas da identidade e da aculturação. Trata-se de uma narrativa poética, teatralizada, em que as personagens rurais, confrontadas com o mundo exterior, dão testemunho da sua intimidade, seus medos e desejos mais fundos. Neste caso, a ação desenrola-se à beira-mar, numa praia do Sul de Portugal, girando as figuras em torno de um pólo central, o Hotel Alguergue. Ocupado durante a época alta por turistas de várias nacionalidades, o hotel fica completamente despovoado durante os meses de Inverno. É então que os naturais da zona, esquecidos dos seus hábitos, precisam de se embriagarem para voltarem a usar a sua língua materna, e recitarem em voz alta as histórias tradicionais do seu país. Figuras como Rosarinho, pai Patroços, Miss Laura ou Sebastião Guerreiro, que vemos desfilar durante esses parties interpretam a hesitação de uma comunidade dividida entre o desejo de se modernizar e de manter o que de si mesma entende por próprio e genuíno. O Cais das Merendas apresenta-se como uma espécie de anti-epopeia coletiva, sugestão dada inclusive pela divisão em dez capítulos. O último parágrafo do livro poderá servir de emblema a esta espécie de saga portuguesa sobre o esquecimento de si.
Notas:
Podendo-se ainda integrar este livro no realismo mágico, ele marca já um afastamento da autora para o registo realista que caracteriza a obra subsequente.
Título: O Dia dos Prodígios
Autor: Lídia Jorge
Editor: Publicações Europa-América (primeira edição) | Dom Quixote (edição mais recente)
Nº. páginas: 178 (primeira edição)
Ano: 1980 (primeira edição) | 2010 (edição mais recente)
Sinopse:
O Dia dos Prodígios (1980), o primeiro romance de Lídia Jorge, foi um importante acontecimento literário, inaugurando uma nova fase, de grande qualidade, na literatura portuguesa. Ocupando um lugar especial na ficção do pós 25 de Abril, este livro único conta-nos a história da coincidência da misteriosa morte de uma cobra numa pequena localidade com a revolução - a comunidade, incapaz de reconhecer a realidade política, adapta a chegada de soldados com cravos nos canos das armas ao seu mundo imaginário mágico-mítico.
Notas:
Romance integrado no realismo mágico.
Nasceu em 1949 em Boliqueime, no concelho de Loulé, licenciou-se em Filologia Românica em Lisboa e teve uma atividade profissional ligada primordialmente ao ensino, com passagens por Angola e Moçambique antes da independência desses países.
Obras incluídas:
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